30 de ago. de 2007

COLUNA DO EDIO ELÓI FRIZZO - 30.08.07

LEI SECA X CULTURA DO LITRÃO
Não são poucos os esforços feitos pela classe política para que o consumo de bebidas alcoólicas seja diminuído junto a nossa população em geral. Conseguimos intervir nas lojas de conveniência, que funcionam junto aos postos de combustíveis. Existe legislação proibindo a venda de bebidas para menores. Há restrição da venda em restaurantes e bares localizados à beira de estradas. Leis restringem os horários de funcionamento desse tipo de estabelecimento que comercializa bebidas alcoólicas. Mas, com toda a honestidade, não estamos conseguindo alcançar o objetivo principal, que é banir do nosso meio essa nova cultura, tão nefasta quanto as drogas ilícitas, que são os famosos LITRÕES; essa cultura que vem sendo praticada pela nossa juventude, nas mais diversas faixas etárias e em ambos os sexos. Seja vodca, cachaça, uísque, vinho ou qualquer outra bebida do gênero, estão sendo vendidas e consumidas em todas as camadas sociais e, muitas vezes, à vista de pais ou responsáveis. O consumo acontece tanto em praças ou vias públicas quanto em condomínios fechados. Existem pessoas que até defendem que é melhor ingerir bebida alcoólica, que é lícita, do que consumir as drogas tidas como ilícitas. Sinceramente, digo que não basta termos leis -- que não são poucas --, se não houver um melhor envolvimento de pais, professores, amigos, comerciantes, polícia no sentido não só de acabar com a violência, mas também de promover a preservação da saúde dos nossos jovens, que, precocemente, passam a necessitar de internação para abandonar o que antes era apenas diversão e passou a se tornar um vício, uma doença. (Contribuição de Sérgio Ubirajara da Rosa)
FIQUE DE OLHO EM CONTAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Muitas pessoas não observam o que estão pagando. Simplesmente pagam para não se incomodarem. Deixam de observar uma série de quesitos que muitas vezes não procedem -- cobrança de 2ªs vias, cobranças com diversos títulos, juros, atrasos e algo que no meu entender é pura exploração: os seguros de vida e/ou seguros diversos. Recebi reclamações que me deixaram indignado, e aqui denuncio: cobram de forma vergonhosa e diferente do contratado. Falo da telefonia, do fornecimento de energia elétrica, do fornecimento de água encanada, do fornecimento de gás, dos planos de saúde. Os cidadãos consumidores ficam reféns dos controles burocráticos e da incompetência de muitos que se escondem atrás dos SACs e dos telefones. Uma vergonhosa situação que anda revoltando muitas pessoas.
COOPERATIVAS OU "EXPLORATIVAS"?
Uma onda sem controle de cooperfraudes estão surgindo em nossa cidade. No início tudo é legal, e as intenções as melhores possíveis, mas no decorrer do tempo alguns cooperespertalhões protegidos por "empreendedores" desonestos, passam a burlar o regramento estabelecido pela Lei nº 5764/71 e tantos decretos, resoluções, portarias e decisões governamentais, sindicais ou previdenciárias dos que atuam nas áreas de prestação de serviços, tanto públicos como privados. Temos na nossa cidade a Subdelegacia do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e tantos sindicatos e associações que procuram defender o cidadão. Porém, esses órgãos precisam ser auxiliados e devidamente "estimulados" a perceberem onde estão as fraudes e a exploração do trabalho. O trabalhador que estiver nessa situação precisa se ajudar denunciando situações de exploração. Quero deixar bem claro que não sou contra o sistema cooperativista. Sou apenas contrário à exploração de pessoas por alguns desonestos que burlam a lei para tirar proveito próprio.
"CAINDO DE MADURO"
Sempre se diz que algo esta "caindo de maduro" quando já deveria estar pronto. Muitos empreendimentos de nossa cidade já deveriam estar prontos, já deveriam estar dando resultado para os empreendedores de Caxias do Sul e emprego para nossos trabalhadores. Um grande centro de eventos para nossa cidade já foi discutido por muitos. Podemos recordar um projeto da FUCS que chegou a ser divulgado (FIC), mas não aconteceu na prática. O centro de eventos junto ao pavilhões da Festa da Uva está sendo construído, mas levará mais de um ano para ser inaugurado, pois o projeto original foi modificado. Polêmicas a parte, podemos dizer que, ano após ano, nossa cidade perde eventos para Gramado (EXPOGRAMADO), para Nova Petrópolis, Bento Gonçalves e para Porto Alegre (FIERGS), principalmente. Todos essas perdas são sentidas e lamentadas, mas de fato não há uma ação integrada da inciativa privada e do poder público para que o encanto ou desencanto termine. A grande verdade é que precisamos urgentemente dispor de estrutura capaz de atender aos grandes eventos que estão por vir. Amadorismo não podemos aceitar, pois Caxias já centraliza e abriga dezenas de sedes de negócios que atendem o Estado, o País e importantes células internacionais, o que nos faz pensar e afirmar que Caxias do Sul não recebe, por parte dos governos, a atenção que deveria receber: universidade pública, escolas de tecnologia, estrutura viária adequada, aeroporto e energia suficiente e de qualidade.
ASSALTO ESTRANHO... ESTRANHO ASSALTO!
"Coitado do Renan Calheiros"... Sabem que ocorreu um assalto no frigorífico, em Alagoas, para o qual o Sr. Renan Calheiros vendeu grande parte de seu gado?!. Sim, é estranho, pois agora não poderão provar a origem do dinheiro do senador eleito por Alagoas, pois roubaram justamente os documentos que provariam a origem dos recursos financeiros usados por Calheiros para pagar a Mônica -- não é a Mônica do Cebolinha e muito menos a Mônica do Bill Clinton --, mãe de um filho seu fora do casamento. Eu, particularmente, não acredito nessas histórias e muito menos nas histórias do lobo mau, do chapeuzinho vermelho e em tantas histórias mal contadas por este Brasil afora. Ouviremos muitas desculpas e muitas explicações com relação ao referido assalto. Reiteradas explicações serão dadas para lamentar não ser mais possível provar nada, pois os documentos não foram localizados, por mais que a polícia se empenhe para tal. Realmente, o Brasil vive num processo de corrupção e, para alguns se safarem das falcatruas, vale tudo. Lembre-se do PC Farias, de Alagoas: ele se finou sem maiores explicações. Foi executado... Neste país vale tudo mesmo!
LOMBADAS X RADARES FOTOGRÁFICOS MÓVEIS
Temos certeza de que 100% dos motoristas e da população aceitam as lombadas eletrônicas, aquelas bem sinalizadas e que registram a velocidade de forma bem visível. As que haviam sido instaladas na BR-116 foram retiradas em 13 de dezembro de 2006. Creio que a finalidade delas era a segurança dos pedestres. Agora, cabe uma pergunta: por que instalar redares fotográficos móveis em toda a extensão da BR-116? Para multar de forma abundante? Para aumentar os níveis de arredadação? Sim, pois da forma que foram instaladas as placas, fazendo variações de velocidade, de 40 a 60 km por hora, podemos dizer que o sistema não passa de uma armadilha, de uma emboscada, que não educa, apenas servirá para saciar a fúria arrecadatória do Estado, que traiu a confiança do seu povo. Enquanto isso, o DAER, que é o responsável pela estrada, fica vergonhosamente calado.
192, DE NOVO?
Qual o critério para atendimento do SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÉDICO DE URGÊNCIA, o SAMU? Que cultura é a nossa se, ao ligarmos para os atendimentos de urgência, precisamos responder a uma sabatina infindável para que o responsável do serviço determine o deslocamento de uma ambulância? Ah, tudo isso faz parte do processo para evitar trotes? Afirmo, categoricamente, que isso precisa mudar, caso contrário estaremos fadados a ter estruturas enormes, equipamentos e servidores em quantidade necessária e um atendimento pífio, ridículo e, por que não dizer, vergonhoso. Você, servidor público,ordenador de despesas, pense nisso, faça alguma coisa e evite o caos no serviço público.

16 de ago. de 2007

COLUNA DO EDIO ELÓI FRIZZO - 15.08.07


Transcrevo aqui as manifestações de Renato de Jesus Padilha, transplantado e que se recente, gravemente, da falta de medicamentos.
TRANSPLANTADOS E A FALTA DE MEDICAMENTOSSR. RENATO DE JESUS PADILHA: Eu quero cumprimentar o presidente da Câmara, todos os vereadores que nos acolhem aqui nesta Casa, os meus colegas transplantados. Quero dizer uma coisa para vocês, nós estamos num Estado, que é modelo na América Latina em transplante. Nós estamos num Estado e na cidade que é modelo no Brasil inteiro e na América Latina, em captação de órgãos. Nós estamos no Estado em que o gaúcho altaneiro, que sai com o seu coração batendo forte e de peito aberto, dizendo com orgulho: sou gaúcho!! E o Rio Grande do Sul tem muita coisa boa. Eu venho por muito tempo me segurando, porque eu, como membro da Academia Caxiense de Letras, como representante dos pacientes renais do Brasil, que é onde eu e a Dona Isoldi Chies, e muitos colegas meus estamos empunhando essa bandeira. Eu quero dizer aos senhores, que como professor, como formador de opinião chegou momento onde ontem eu disse: chega. Vou pegar um surdo e vou sair batendo, porque a batida do surdo tem uma representação muito importante, é o coração do homem, é o coração da sociedade que bate no tique-taque. É o coração de vida. Eu, quando fiz o transplante saquei um órgão da minha irmã, da Regina Padilha Kessler, que me deu parte do seu corpo, para que eu sobrevivesse. Isso é muito sério minha gente. Eu me sinto como ser humano na responsabilidade de pegar o surdo. E eu dizia ontem: eu vou sozinho para a praça. Se não me acompanharem eu vou sozinho bater o surdo. Gente, o que está acontecendo é muito sério. Eu assinei um contrato de responsabilidade com a Santa Casa, quando eu fiz o meu transplante, de a cada dois meses ir lá. Uma equipe médica se empenhou pela minha vida, uma equipe de enfermeiros se empenhou pela minha vida, a minha família, o meu filho, a minha filha, a minha esposa se empenharam pela minha vida. A minha cunhada foi limpar a casa para cuidar de mim, e tanta gente ficou orando, ficou pedindo para que eu estivesse vivo. Eu quero dizer aos senhores que aqui falaram, mas não sabem o que é sentir na pele um ano e meio de hemodiálise, sentir as agulhas, sentir o cateter, sentir um choque de máquina e quase morrer. Eu tenho colegas que estão cinco, dez, quinze, dezesseis, vinte anos na máquina esperando um órgão, gente!! Esperando um órgão que não vem e morre sem receber. E nós que recebemos, ficamos aí no risco de voltar para a máquina de novo. Mas o que é isso, gente? Nós, e me incluo nisso, estamos impotentes diante de tal situação. Quero lembrar aqui palavras do José Ferreira Machado, um dos mestres da comunicação, nobre advogado, que dizia: "O diabo tem força. Se uma pessoa matar alguém ali na rua, chove, é coisa de primeira página. Se pegarem um traficante, é matéria de capa" Agora, nós aqui da capital da cultura, rogando pela vida vamos ter que morrer calados? O que é isso, gente? Que gaúcho é esse que somos nós? Estamos esperando o quê? Que fique na memória de cada um de nós, e que cada um de nós saia daqui com o compromisso de resgatar aquele gaúcho altaneiro, que não tem que andar mais se encolhendo. E aqui temos lideranças. E cabe a cada um de nós, gente, sair daqui, homem, mulher, com mais humildade, mas com coragem de enfrentar uma coisa, chamada problema de saúde. Gente, que seja o momento antes de hoje, e depois de hoje, que fique aqui cravado um esteio de resgate, de vontade de mudar o que está aí, que não dá mais. Chega!! (Pronunciamento efetuado durante sessão da Câmara de Caxias do Sul no dia 09 de agosto de 2007).